A atuação de marcas audiovisuais com os NFTs

Você não deve aguentar mais o mundo falando sobre NFT, né não? E, além de ter sido a palavra mais popular de 2021, segundo o Collins Dictionary, essas três letrinhas ainda causam muita confusão e medo.  Por isso, resolvemos fazer esta news para tentar resolver algumas das dúvidas mais comuns e ainda mostrar os trabalhos incríveis […]

A atuação de marcas audiovisuais com os NFTs

Você não deve aguentar mais o mundo falando sobre NFT, né não? E, além de ter sido a palavra mais popular de 2021, segundo o Collins Dictionary, essas três letrinhas ainda causam muita confusão e medo. 

Por isso, resolvemos fazer esta news para tentar resolver algumas das dúvidas mais comuns e ainda mostrar os trabalhos incríveis que já estão dentro da WEB3 (internet descentralizada) e do Metaverso para inspirar e ajudar você a ter alguns insights dentro do mundo do audiovisual. 

Entre as maiores dúvidas está: Será que um NFT serve apenas como ação de marketing e PR? 

Não! Os NFTs são muito mais do que simples imagens ou promoções para conseguir publicações na imprensa – quando bem feito, claro. Eles são uma nova ferramenta para se comunicar com um determinado público-alvo, gerar engajamento, conexão, criar comunidades e relacionar-se com colecionadores. 

Mas calma, primeiro vamos ao básico e começar do começo para ajudar quem ainda anda confuso com o termo:

NFT (Non-Fungible Token) é uma sigla para tokens não fungíveis. Por exemplo, fungível é algo modificado por si só e que tem características modificáveis, como o dinheiro. O nosso dinheiro é um símbolo tangível que pode ser mudado (passado do cruzeiro, para o cruzado e para o real) e tem a sua cotação variável (de acordo com a bolsa de valores). 

A ideia de um token não fungível, ou seja, imutável, é que ele serve muito bem para uma certificação digital, pois, com ele, é possível criar uma escassez fictícia para itens que não são escassos e, assim, aumentar o valor da peça.  Fonte: Podcast canaltech

Outra dúvida que surgiu em todos os cantos do planeta foi: Se os NFTs são digitais, o que me impede de fazer capturas de tela ou baixá-las? Que sentido tem comprar um gif ou um meme? Por que um consumidor pagaria para ter uma imagem online que todos têm gratuitamente na internet?

Claro, você pode fazer uma captura de tela de uma imagem, da mesma forma que você pode tirar uma foto da Monalisa no museu, no entanto você ainda não é o proprietário original de um NFT e não vai conseguir comercializá-lo. Esse artigo da  Meta  explica  que cada NFT tem uma assinatura única que verifica a autenticidade e qualquer transação relacionada a ela  quem o criou, quem é o proprietário, quem vendeu e por quanto, etc.

Com exemplos reais tudo fica mais entendível, né? Então, assim como as ações cotadas na bolsa de valores, o NFT teve o seu boom especulativo e a sua popularização de lançamento, e muita gente ficou doidinha tentando decifrá-lo e querendo fazer parte do hype. 

Agora que eles estão em queda, provavelmente em um momento de estabilização, especialistas dizem que os NFTs vão entrar num novo estágio, numa nova fase de existência em que o dinheiro deixará de ser a principal motivação das compras e vamos poder explorar o real sentido dos colecionáveis online.

“A melhor coisa é o colapso total do mercado, é que vamos nos livrar de tanta merda. Agora vai ser sobre a criatividade. 2022 será sobre criatividade real.” disse o investidor Sach Chandaria em um painel sobre “Arte Generativa e NFTs” no evento NFT.NYC 2022

Isso acontece porque no seu início, os NFTs existiam na base de “escassez”, bem no estilo “corram que vai acabar, última oportunidade”. Nessa possível nova fase, esses bens digitais serão mais relevantes, criativos e focados em experiências e relações de longo prazo. O foco passará a ser o da “exclusividade” e o do “pertencimento”, priorizando a construção de valores em vez de receita.

Isso acontece porque o limite é a imaginação e a base é o propósito e a autenticidade.

A chave para o novo momento que vai acontecer dentro da WEB3, quando o usuário deixará de ser apenas um espectador e passará a ser ativo, é ser útil, focar na experiência do usuário e na construção de comunidade. 

A atuação de marcas com o NFT

Quero começar este tópico com o burburinho gerado em Cannes pelo cineasta Marcos Seneor, que lançou a plataforma Kinobaum (Árvore de Cinema, em tradução livre do alemão), um marketplace de NFTs audiovisuais no qual “produtores poderão criar coleções a partir de suas obras e ofertar a preços fixos ou por leilão”. 

“Somos uma loja virtual que vende cenas de filmes, séries, videoclipes musicais, jogadas de futebol, manobras de skatistas e tantas outros gêneros em arquivos de vídeo. Os proprietários dos direitos dessas obras audiovisuais poderão mintar, ou seja, tokenizar, transformar o ativo em uma representação de tokens, e ofertar para a sua fan base (fãs), investidores e cripto entusiastas”, explicou para a Istoé Gente.

No Kinobaum o produtor da obra fica com 9% de royalties sobre o valor da negociação, cada vez que o criptoativo trocar de mãos, além do ganho da primeira venda. Marcos Seanor disse ainda que o marketplace representa uma alternativa de financiamento célere, transparente e descentralizada.

Alguns exemplos incríveis

Pensando sempre em estender a experiência cinematográfica a algo mais, os NFTs virão como uma continuidade das telonas. 

A ideia tem tudo para deslanchar. Afinal, os telespectadores de cinema e fãs da sétima arte amam colecionar personagens e miniaturas, usar camisetas, memes e fundo de tela de celular. Nesse sentido, a indústria cultural possui o poder de criar sentimento de pertencimento, de emoção e de amizade com personagens, mundos, atores ou filmografias totalmente alheias à realidade sociocultural dos espectadores. No nosso mundo físico isso já existe, mas, com o tempo (e focando na nova geração), esses itens vão se transladar, cada vez mais, para o digital. E é aí que entram os NTFs. 

Está se tornando cada vez mais comum as empresas do setor audiovisual criarem e comercializarem NFTs com os momentos favoritos dos fãs, para que estes os adquiram e colecionem. 

A oportunidade de as produtoras rentabilizarem sagas, filmes ou criações individuais em torno de seus produtos culturais com elementos intangíveis é inquestionável. 

Por enquanto, a Disney tem outras ações em andamento. Em parceria com a Orbis Blockchain Technologies Ltd, mais conhecida por seu aplicativo VeVe, criou o NFT “Golden Moments” com personagens de suas franquias de conteúdo em estátuas de ouro digitais e quem as comprar ganha crédito no Disney Plus. Ela também possuem um acordo com a Marvel que permite a compra de quadrinhos digitais de edição limitada.

Na última temporada da série de animação Love, Death + Robots foram escondidos nove NFTs nos episódios que o espectador pode acessar via QR code, em uma espécie de caça ao tesouro digital.  

Com uma história doida e baseada no universo digital, a saga MATRIX está super conectada ao universo das NFTs e, para o lançamento de ‘The Matrix Resurrections’, colocou em circulação 100.000 NFTs em forma de avatares inspirados nos personagens por US$50 a unidade. A venda acontecerá em duas etapas bem criativas. 

No lançamento inicial (30 de novembro), estarão disponíveis os avatares hiper-realistas que simulam pessoas presas dentro da Matrix. Na segunda fase (16 de dezembro) o dono da NFT poderá transformar o avatar inicial com base em uma decisão que lhe será muito familiar: escolher entre a pílula azul (que manterá o dono dentro de Matrix) ou a pílula vermelha (o que o tornará parte da resistência). A partir daí, o fã receberá desafios ao longo do ano que permitirão adicionar atualizações aos seus avatares.

E, mais do que isso, alguns artistas e produtoras estão utilizando os NFTs como crowdfunding para a produção de novos filmes. Inclusive dizem por aí que o novo filme do ator Anthony Hopkins será vendido em NFT e terá uma edição limitada. Fiquei curiosa.  

Os cinéfilos de plantão que se cuidem pois tem muita coisa sendo pensada e planejada para os próximos meses. 

Novidade vinda do SXSW (South by Southwest)

A FOX Entertainment comentou que quer promover a evolução da distribuição de conteúdo, assim como o envolvimento do público e de fãs com as marcas e artistas. Alguns exemplos que seriam possíveis com essa tecnologia incluem vender episódios de televisão como NFT (tolkien não fungível), distribuir um filme (não uma licença para vê-lo, mas realmente a propriedade física) e comercializar uma música única.

Cuidado com os direitos autorais

Vão depender de cada contrato. Vejam como exemplo o que aconteceu com Tarantino.  A Miramax, que possui os direitos do filme, entrou com um processo contra o diretor de Pulp Fiction que planeja vender NFTs baseados no longa.  

As vendas foram suspensas e isso nos mostra que algo precisa ser decidido urgentemente para dar margem e liberação para ações futuras.

No lado negativo da força 

Especialistas avisam que se deve tomar cuidado com as especulações, a saturação e a banalização de produtos e exageros, pois, nessa primeira fase teve, muitos casos de fraudes e taxas de inflação crescentes, tornando as pessoas menos inclinadas a conhecerem e a fazer investimentos arriscados. 

“NFTs não têm um retorno econômico subjacente baseado na atividade econômica de empresas ou países. Sua estrutura de retorno é especulativa e volátil: você pode ganhar astronomicamente, mas também pode perder tudo.”, disse ao Yahoo News, Chuin Ting Weber, CEO da MoneyOwl, consultora financeira biônica. Por esse motivo, ela sugere que os usuários coloquem em NFTs apenas o que estão preparados para perder.

Até mesmo Bill Gates tem suas ressalvas quanto aos NFTs e disse que preferia investir em ativos com saídas tangíveis, como fazendas ou fábricas, ou em empresas onde se fabricam produtos e que não tinha opinião formada criptomoedas, mas ressaltou que “se você tem menos dinheiro do que Elon Musk, provavelmente deve tomar cuidado”.

Outro grande obstáculo é o seu impacto sustentável, porque é preciso neutralizar as pegadas de carbono geradas pela tecnologia blockchain, especialmente na criação de NFTs. Algumas plataformas de NFTs estão se comprometendo a seguir as Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e reduzir sua pegada de carbono, mas ainda há muito que evoluir com relação a esse tema. 

Regulamentação dos NFTs

O governo brasileiro está discutindo o marco civil das criptomoedas, que deve entrar em vigor ainda este ano de 2022, para definir direitos e deveres nas transações com moedas digitais. 

Nos EUA, já se mostrou o interesse em regulamentar as criptomoedas e criar um banco central para moedas digitais. Outros países, como Reino Unido, China e Portugal, também estão com movimentos nesse sentido regulatório.  

Essa movimentação é importante para garantir os direitos autorais de uma obra, já que é fácil encontrar peças de arte sendo vendidas sem o consentimento do autor, e garantir a exclusividade do comprador. Vamos ficar atentos! 

Tem muita coisa sendo falada sobre NFT e suas experiências digitais, que vão potencializar as experiências presenciais. Se bem exploradas, elas podem gerar vantagem competitiva, aumentar a performance do negócio e ainda atuar com um tipo de “programa de fidelidade”, ou seja, um presente para o mundo dos colecionistas. 

Conta para a gente o que você acha.

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